Bolsistas e pesquisadores se reuniram nos dias 05, 19 e 26 de outubro para analisar os dados do questionário que foi aplicado via whatsapp com a comunidade escolar da Erem Professor Cândido Duarte. Os altos índices de indiferença e desconhecimento de certas temáticas importantes no atual cenário político indicados na pesquisa poderão ser trabalhados em uma série de Ciclos de Seminários sobre política e juventudes.
Os bolsistas a partir do maior envolvimento com a realidade escolar também apontaram a manifestação de “bolhas de interesses” que dificultam as discussões sobre determinados temas entre grupos diferentes. No caso da categoria Gênero e Sexualidade não figurar de forma significativa nas discussões entre os jovens da escola como outros temas foi justificada como sendo assunto em que há grande consenso nos grupos de adolescentes e por tamanha naturalidade para esta geração, não constando no topo do ranking da pauta de debates.
Neste sentido, o dado sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo, que obteve a aprovação de 70% dos respondentes, vem fundamentar a compreensão dos PIBICanos sobre o exercício de análise dos resultados. Para o bolsista e um dos diretores do Grêmio Estudantil, Cláudio Vieira, "A escola é um ambiente seguro” para o grupo LGBTQIA+ e ao acolhimento da diversidade. Segundo ele, há uma ala própria na organização estudantil para a discussão de gênero e sexualidade que luta pela garantia desses direitos no ambiente escolar, bem como a escola também recebe o suporte do Núcleo de Gênero Youself Malala, tornada política pública nos modelos de educação integral em 2010, no estado de Pernambuco.
Após os encontros para análises e comparações com a pesquisa da edição de 2018, o orientador e cientista político Túlio Velho Barreto explicou o cenário da terceira via tecendo uma análise política que enfatizou a importância do contexto histórico favorável ao candidato da extrema direita e às correlações com o movimento integralista na história do Brasil. O pesquisador comentou também o recuo no processo democrático com o ataque à base importante do Estado de Direito, os direitos sociais, e a corrosão golpista por dentro das instituições a partir do flerte com a política reacionária do atual presidente expressa no retorno ao passado, diferenciando-a do conservadorismo e indicando para leitura o livro ‘Como as democracias morrem”, dos professores de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, da editora Zahar.
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